O Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo (Estado de São Paulo, valor à vista) abre esta semana cotado a R$ 150,20, depois de fechar sexta-feira com ligeira valorização em relação ao dia anterior, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
No acumulado da última semana, o indicador apresentou estabilidade em relação à semana anterior, mas se comparar o valor atual ao preço de um mês atrás (R$ 152,45), registrou queda de 1,5%.
Na avaliação da consultoria Informa Economics FNP, de São Paulo, a inconsistência das vendas da carne bovina no atacado “restringe o apetite comprador das indústrias frigoríficas, que limitam suas aquisições ao mínimo necessário, visando evitar acúmulos de estoques nos entrepostos”.
Por outro lado, no que se refere à oferta, a atual baixa disponibilidade de animais terminados, devido ao período de seca entre janeiro e dezembro no Brasil Centra, gera um cenário de aperto em relação às escalas de abate das indústrias, que atendem entre três e quatro dias úteis.
“Tal condição levou alguns pecuaristas a realizar parte da terminação com suplementos, de modo a antecipar uma espécie de confinamento”, informa a consultoria paulista.
Preparativos para o Carnaval podem dar ânimo ao mercado do boi gordo
A zootecnista Juliana Pila, analista da Scot Consultoria, de Bebedouro, SP, acredita que a demanda pela carne bovina possa melhorar a partir desta segunda quinzena do mês, influenciada pelos preparativos em torno do Carnaval.
Na opinião de Juliana, não há nada que indique que o consumo de carne bovina irá “bombar” no curto prazo, a ponto da indústria sair ‘correndo’ desesperadamente atrás da matéria-prima.
No entanto, como o Carnaval é um período festivo e, no Brasil, quase toda festa é acompanhada pelo tradicional churrasco, é bem provável que os frigoríficos tenham que entrar um pouco mais com força no mercado do boi, para garantir os estoques.
Portanto, diz Juliana, é possível que o preço do boi gordo tenha valorizações mais consistentes a partir desta segunda metade do mês em relação à primeira quinzena de fevereiro, quando as cotações andaram praticamente de lado justamente pelo baixo consumo de carne bovina.