Um dia depois da assinatura da “fase 1” do acordo comercial entre Estados Unidos e China, algumas entidades que representam o agronegócio em Mato Grosso se manifestaram sobre o assunto. Em foco, os desdobramentos desta nova aproximação entre Washington e Pequim e, principalmente, os reflexos que podem vir a atingir o setor.
Na avaliação do presidente da Aprosoja-MT, Antônio Galvan, os impactos não terão grandes proporções. Ele não acredita que o acordo entre os dois países possa provocar queda acentuada nos embarques da soja brasileira para a China. No documento assinado nesta quarta-feira, 15, os chineses se comprometeram a comprar em dois anos o equivalente a US$ 50 bilhões em produtos agropecuários norte-americanos. Entretanto, Galvan acredita que a “terra do Tio Sam” não terá volume de grãos suficiente para prejudicar as exportações brasileiras, uma vez que a safra norte-americana foi bastante prejudicada pelas oscilações climáticas.
Já no setor de carnes, a preocupação é grande. Para o presidente do Sindifrigo-MT, Paulo Bellincanta, antes mesmo da assinatura do acordo entre os países, os reflexos do eventual acordo já eram sentidos. Há algumas semanas, segundo ele, a carne brasileira tem sofrido “pressão” dos chineses. As especulações ao em torno da trégua na guerra comercial, derrubaram os preços da nossa proteína animal. Sem revelar o tamanho desta desvalorização, Bellincanta reforça que as indústrias estão “em negociação com os compradores asiáticos”, mas alerta que o atual momento é crítico e deve refletir num movimento de queda do valor pago pela arroba do boi gordo aqui no Brasil.
Fonte Canal Rural